Lidiane San Juan

No Dia Internacional da Mulher, celebramos as conquistas históricas, mas também refletimos sobre as batalhas inacabadas. Enquanto mulheres de todo o mundo celebram suas realizações, é essencial destacar uma realidade alarmante no Brasil: o crescente número de mortes por feminicídio. Em meio a manifestações de solidariedade e reconhecimento, o aumento das estatísticas de feminicídio lança uma sombra sobre as comemorações. Nos últimos anos, temos testemunhado um aumento perturbador nos casos em que mulheres são brutalmente assassinadas simplesmente por serem mulheres.

Uma questão preocupante é a relação entre feminicídio e relacionamentos rompidos. Muitas vezes, após o término de um namoro ou divórcio, mulheres enfrentam ameaças de seus ex-parceiros. É uma triste realidade onde alguns homens acreditam erroneamente que têm posse sobre as mulheres, que podem determinar seus destinos.

Frases como “se não for minha, não será de mais ninguém” ou “se não for para viver comigo, não vai viver com mais ninguém” refletem uma mentalidade perigosa e controladora. Essa ideia de posse sobre as mulheres é profundamente enraizada em uma cultura que muitas vezes perpetua a desigualdade de gênero. Apesar dos avanços significativos na luta pelos direitos das mulheres, a triste realidade é que muitas ainda vivem em situações de vulnerabilidade, sujeitas a violência e opressão. A luta pela segurança e igualdade das mulheres é uma batalha contínua que exige ação coletiva e mudança sistêmica.

É fundamental que todos se envolvam nessa luta, desafiando atitudes misóginas e promovendo uma cultura de respeito e igualdade. As mulheres não devem ser vistas como propriedade de ninguém, mas como indivíduos autônomos com direitos inalienáveis. Neste Dia Internacional da Mulher, vamos renovar nosso compromisso de lutar pelos direitos das mulheres em todos os níveis da sociedade. Somente através da conscientização, advocacia e ação coletiva podemos criar um mundo onde todas as mulheres possam viver sem medo, com segurança e dignidade.

Central de Atendimento à Mulher ou Ligue 180 recebeu, ao longo de 2023, um total de 568,6 mil ligações, uma média de 1.558 chamadas diárias. O balanço da pasta mostra ainda que, em janeiro deste ano 2024, a Central de Atendimento à Mulher recebeu 48.560 ligações telefônicas, sendo 810 via WhatsApp, totalizando 10.852 denúncias.

 

Dados extraídos da Agência Brasil