Claudia Zanol – Professora

Todo conhecimento, como também toda interação social, passa pela linguagem. A linguagem oral, desde muito tempo, tem contribuído para uma comunicação para essa integração social entre diferentes povos. Os contos de fadas são histórias muito antigas. Sabemos que, no início de sua existência, eles eram transmitidos de boca a boca, a oralidade era a ferramenta primordial de conservar conhecimentos e transmiti-los, como diz o ditado: “Quem conta um conto aumenta um ponto.” As pessoas repassavam o que ouviam, mas sempre acrescentando algumas informações extras, aumentando ou diminuindo aquilo que lhe eram contados.

As histórias contadas eram adaptadas aos diferentes públicos, por isso as histórias sofreram mudanças ao longo do tempo, adaptando-se as realidades e modos de vida daquela geração. Como tudo muda, a forma de contar histórias também mudou; um dia essas histórias foram escritas, viraram livros. Muitas histórias surgiram bem antes, na idade média, já no século XIX, muitos escritores traduziram na forma da escrita o que lhes eram contados. Temos como referência alguns deles, como os irmãos Grimm (Jacob e William Grimm).

As classes sociais e divisão de classes eram relatadas nas narrativas. Uma realidade que não se difere da realidade agora vigente, havia pobreza e doenças, muitas crianças, homens e mulheres morriam cedo, os castelos eram adornados de ouro, peças de seda e muitos servos viviam em choupanas e vestiam trapos. As histórias nunca estiveram a quem da realidade, elas fazem parte do contexto e traduzem, pois muitas narrativas exaltaram a forma de vida dessas crianças e a forma heróica como se sustentaram e permaneceram vivas.

A permanência dessas histórias por tanto tempo é um reflexo dos valores e ensinamentos repassados de geração a geração. Como outros valores que permeiam a narrativa, honestidade, solidariedade e esperteza. Os contos de fadas trazem essa magia que alimentou e alimenta, até hoje, nossa imaginação, ajudando encarar os problemas e ter esperança. Por isso, essa narrativa continua acalentando o nosso imaginário, com a seguinte frase: E eles viveram felizes para sempre.