Valéria Flores – jornalista e editora.

Você sabia que votar significa a manifestação oficial que declara a sua preferência por eleger, para determinado cargo público nos poderes executivo, legislativo ou judiciário, um candidato durante um processo eleitoral?

É amigo e leitor do JDE. A situação é muito séria, porque a eleição direta (com seu voto, também conhecido como sufrágio) é o caminho pelo qual os cidadãos conquistaram, com muito sofrimento, lutas, prisões, torturas e até óbitos, o direito de poderem escolher os representantes que serão responsáveis pela “elaboração de leis, programas e projetos, e na aplicação e nos gastos do orçamento da União, ou seja, do dinheiro público para realizar melhorias em todo o do país”, afirma o Tribunal Superior Eleitoral.

Melhorias e benefícios esses que irão impactar diretamente na sua vida, no dia a dia, no seu acesso à educação, saúde, tecnologia, moradia, emprego, alimentação, segurança, justiça e outros, enfim o poder estará nas mãos deles e será dado por nós, pelo nosso voto. Lembre-se disso. Porque depois, se errarmos, além de lutar pelos nossos direitos e pela nossa qualidade de vida, a única coisa que nos restará fazer é chorar numa cama bem quente, se tivermos direito ainda a essa cama quentinha para derramar lágrimas de arrependimento, não é mesmo?

REALIDADE ELEITORAL

Apesar das pesquisas de intenções de votos, que pipocam por todos os lados, nesse período pré-eleitoral, tentando influenciar a decisão do eleitor é preciso ter em mente uma realidade que é fato. Essas pesquisas são realizadas com base no universo de 148 milhões de pessoas aptas a votarem, ou seja, totalmente regularizadas e em dia com seu título de eleitor. Mas a população brasileira atual abrange 212 milhões de pessoas.

Além disso, dos 148 milhões de votos oficiais, para todo cidadão, nato ou naturalizado, alfabetizado, com idade entre 18 e 70 anos, de acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ainda resta saber quantos vão realmente votar – uma vez que jovens com idades entre 16 e 17 anos e idosos com mais de 70 anos não são obrigados a votar e alguns cidadãos poderão não estar em seus domicílios eleitorais – e quantos irão anular ou deixar seus votos em branco, o que reduz muito o número de votos válidos e pode influir diretamente nos resultados cravados por pesquisas e especialistas, dentre outros fatores.

Pessoas transgênero podem incluir o nome social no título de eleitor e têm até 4 de maio para fazer qualquer alteração no título.

CUIDADO COM A FAKE-NEWS!

Estejam atentos, porque no Brasil, faltam apenas seis meses para as Eleições Gerais de 2022, agendadas para o dia 2 de outubro, em primeiro turno, e 30 de outubro em segundo turno, onde houver.

Nesses dias, serão eleitos o presidente e vice; governador e vice; senadores e deputados federais e estaduais. E no cenário brasileiro já se desenham alguns combates ferrenhos, entre candidatos, pela escolha do seu voto, eleitor.

O Tribunal Superior Eleitoral estima que Brasil terá 148 milhões de eleitores nas eleições, colocando o país como a segunda maior democracia do hemisfério ocidental e uma das maiores do mundo.

Nesse contexto de vale-tudo, temos a preparação de um terreno fértil para o nascimento e crescimento das chamadas fake-news ou mentiras eleitorais, na maioria das vezes, mascaradas de verdades incontestes.

Mas você eleitor tem o poder e as ferramentas, nas mãos, e pode sempre questionar e procurar a verdade esteja ela onde estiver, sobre a vida, a história, as ações e os programas de governos que cada candidato apresenta. Então, antes de se decidir busque os canais de informações sérios e corretos, compromissados com um trabalho profissional que respeita os seus leitores ou seus ouvintes e o cidadão brasileiro.

Um dos cenários mais conturbados de disputa nas eleições 2022, é sem dúvida a campanha para presidente do Brasil. Bastante polarizadas, ou seja, (muito acirradas e divididas) a campanha entre Jair Messias Bolsonaro, 66 anos, recém filiado em Partido Liberal (PL) e Luís Inácio Lula da Silva, 76 anos, o Lula, um dos criadores e historicamente filiado ao partido dos Trabalhadores (PT) promete roubar a cena desse show.

Por não serem obrigados a votar, apesar de terem conquistado esse direito, jovens com idades entre 16 e 17 e idosos a partir de 70, podem fazer a diferença nas próximas eleições.

A destruição de Terras Indígenas pelo garimpo cresceu quase 500% em 10 anos. Pará, Amazonas e Roraima perderam as maiores áreas para a mineração, mostra levantamento da Rede MapBiomas Brasil, divulgado no último Dia do Índio.

Os institutos de pesquisa mais acionados têm posicionado os dois candidatos com margem de 12% nos números. Enquanto Lula emplaca 50% dos eleitores, Bolsonaro passeia em 38% das intenções de votos. E o atual presidente vem perdendo para Lula nas pesquisas de intenção de voto nas regiões Nordeste, e Norte, mas vencendo as pesquisas no Centro-Oeste. Já na região Sul, o capitão reformado do Exército e o ex-líder sindical estão tecnicamente empatados.

MÁQUINA GOVERNAMENTAL TRABALHA A FAVOR

Se por um lado Jair Bolsonaro tem a seu favor, nessas eleições toda a estrutura, o orçamento e o poder da canetada nas suas mãos, por ser o Chefe Maior do Estado e ter o apoio incondicional das bancadas ruralistas e evangélicas, por outro lado, o ex-presidente Lula conta com seu patrimônio político construído desde a época em que era metalúrgico em São Paulo (SP), se transformou em sindicalista e liderou a luta pelos direitos dos trabalhadores como ele, à época. Depois, já como presidente, veio a consagração pelo protagonismo e implantação de programas sociais populares famosos como o Bolsa-Família, Minha Casa Minha Vida e outros.

PEDRAS NO CAMINHO

Mas nem tudo são flores para nenhum dos candidatos. Bolsonaro amarga os resultados de um governo adepto à liberação indiscriminada de armas para a população, o descrédito da ciência, ao não apoiar declaradamente e criado muita polêmica sobre o uso da vacina contra a Covid 19, contra aglomerações e até mesmo contra o uso de máscaras – durante a pandemia que já matou mais de 600 mil brasileiros.

Uma vez que, ao menos 95 mil vidas ou mais poderiam ter sido salvas, segundo cálculos do epidemiologista Pedro Hallal, da Universidade Federal de Pelotas (RS).

Além disso, Bolsonaro vive às voltas com denúncias de irregularidades com o dinheiro público cometidas por seus filhos, dois políticos e um empresário. Outros fatores que tiram seu sono do presidente são as denúncias internacio- nais sobre a implacável marca de desmatamento na Amazônia Legal, com números registrados, como o maior número acumulado, no primeiro trimestre de 2022, de alerta de desmatamento na história do monitoramento feito pelo Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe) realizado por satélites.

O total de desmatamento de florestas já chega na casa dos 941,34 km², maior índice desde 2016. Some-se a isso a novela sem fim que tem como protagonistas os nossos povos indígenas, desassistidos de políticas sociais e que cada vez mais, vêm perdendo suas terras já demarcadas em outros governos, para a atuação gananciosa, ilegal e truculenta de mais de 20 mil garimpeiros, muito bem organizados e estruturados, com o apoio financeiro de fazendeiros locais, sem que nada, nem a Polícia Federal aja a favor deles.

LAVA-JATO MARCA HISTÓRIA DO PT

Lula também enfrenta questões sérias com seus opositores, ou seja, que como fantasmas do passado, sempre voltam à tona para tirar-lhe o sossego, como o escândalo de corrupção descoberto na Petrobrás que, por questões políticas oposicionistas acabou envolvendo o presidente da República, à época Luís Inácio Lula da Silva, que desaguou na megaoperação Lava-Jato e seus desdobramentos. E culminou nos casos, sobre a aquisição e reformas em seu triplex do Guarujá, em sítio na região de Atibaia e sobre terreno do Instituto Lula e apartamento em São Bernardo do Campo (todos localizados em SP).

Emoldurando todo esse cenário de ataques à Lula e ao PT e como pano-de-fundo surgiram as acusações de pedaladas fiscais cometidas durante o governo Dilma Roussef, uma das principais aliadas políticas de Lula e que o sucedeu na presidência da República, que na ocasião sofreu o impeachment durante seu governo como “presidenta” (como ela se intitulava).

Desde a Constituição Federal de 1988, o Brasil admite o voto universal, ou seja, o direito que todo o cidadão brasileiro (que esteja nas normas preestabelecidas) tem de votar e participar das escolhas de interesse da nação. Então caro eleitor, vote, exerça seu direito, escolha seu representante e muito boa sorte para todos nós!

NOTA: Acompanhe na próxima edição do Jornal Digital de Esmeraldas matéria sobre a campanha dos principais candidatos ao governo de Minas Gerais.

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