O Observatório Sismológico da Universidade de Brasília (SIS/UnB) confirmou o tremor de terra relatado por moradores de Sete Lagoas na última segunda-feira, 6 de junho, de acordo com a universidade o abalo
foi de 2.4 na escala Richeter e ocorreu às 10h49:12. A profundidade do abalo não foi informada.
A defesa Civil informou que os tremores que vem acontecendo na cidade já foram sentidos em aproximadamente
50 bairros.

A Comissão de Saúde, Meio Ambiente e Assistência Social, em reunião extraordinária, nesta segunda-feira (06), debateu as possibilidades para as causas dos tremores de terra confirmados na cidade recentemente. Professores de geologia, representantes do SAAE, prefeitura, Guarda Municipal e vereadores debateram o assunto.

Quem dirigiu a sessão foi o presidente da Comissão, vereador Gilson Liboreiro (SD). “Precisamos que a população tenha uma informação correta do que está acontecendo”, pede. Um dos desdobramentos do encontro e para manter as discussões foi marcada nova reunião para o início do próximo mês.

Entre os participantes, o geólogo e professor da Universidade de São Paulo (USP), Paulo Henrique Galvão, ratificou que é “impossível prever novos abalos. Sugiro fazer cartilhas explicativas com informações mais mastigadas para a população”. Ele apresentou um estudo que foi tese do seu doutorado onde sugere que os abalos são causados por “acomodações do solo em cavernas mais profundas”.

Também em busca de explicações para os fenômenos, o secretário de Meio Ambiente, Edmundo Diniz, informou que várias entidades foram acionadas pelo município depois dos registros e foi desencadeado um estudo sobre o assunto. “Um estudo da UNB precisou que o epicentro do primeiro abalo foi de 14 km de profundidade”.

Essa informação, de acordo com ele, descarta a tese de que a extração de água no subsolo fosse um fator causador dos abalos. “Nenhum poço está localizado a 14 km de profundidade”. Outra possibilidade ventilada em redes sociais foi a detonação de explosivos por mineradoras. Edmundo completou dizendo que “o estudo não descartou nenhuma hipótese, mas a gente pode dizer, com certeza, que explosivos também não são as causas”, emendou.

O sismógrafo mais próximo que registra e mede os abalos na cidade está 150 km de Sete Lagoas. Por este motivo o secretário solicitou a instalação de um equipamento aqui. “Aí sim faremos um estudo mais preciso”, prevê o gestor.

Endossando as informações e dados relacionados aos tremores, o professor de engenharia de minas, Paulo Roberto Aranha, reforçou que “sismos são coisas naturais e acontecem o tempo todo. A chance de acontecer por conta da extração da água e ação humana é muito pequena”. O professor Aranha avalia que “é mínima” a chance de uma ação humana estar relacionada aos eventos.

Participação dos vereadores

Vários parlamentares se posicionaram e Rodrigo Braga (PV) protocolou um pedido para instalação de uma rede sísmica para o estudo da cidade. “Precisamos de uma resposta concreta. Que priorize isso porque precisamos de uma resposta”. Heloísa Frois (Cidadania) questionou sobre a fechamento da Gruta Rei do Mato para visitação. “Foi um excesso de cautela”, esclareceu o secretário.

Ivan Luiz (Patri) também participou e como líder do Executivo garantiu que alinhará as tratativas com o município. Eraldo da Saúde (Patri) também pediu respostas e Junior Sousa entende que “é muito válido passar para a população essas informações técnicas.

Mas enquanto não tivermos estudos atualizados não tem como a população ficar tranquila”. Carol Canabrava (Avante) é outra que reforça a busca por respostas, assim como Roney do Aproximar (União Brasil).

Fonte: Câmara Municipal de Sete Lagoas