Esmeraldas hoje tem um grupo de mulheres oncológicas, denominado Mulheres Guerreiras, que foi criado por 4 amigas que tiveram câncer de mama, Marcela, Rejane, Renata, Rosana. Hoje o grupo possui 23 mulheres guerreiras que integram esse grupo algumas ainda em tratamento , algumas já tiveram alta e estão curada e outras que estão em acompanhamento que são os casos das criadoras do Mulheres Guerreiras. Esse grupo não tem nenhum apoio político. Fazem tudo com o apoio de pessoas amigas e dos comerciantes amigos que abraçam essa causa.

Marcela Rezende hoje tenho 38 anos, sou casada há 22 anos mãe de dois filhos o Carlos com 21 anos e o Davi com 8 anos. Descobri um câncer de mama com 35 anos nunca tinha feito mamografia e nenhum exame de prevenção pois a minha idade não entra nos planos do governo, sempre eles pedem mamografia a partir dos 40 anos. Meu pai hoje falecido, perdi ele há exatamente um ano atrás, teve um câncer de reto tratou durante oito anos, e eu sempre ao lado dele, eu era a companheira dele em tudo, eu era o porto seguro dele e ele o meu. Quando eu descobrir o câncer foi um susto tremendo porque na minha família nunca teve caso de câncer de mama, então foi desesperador, porém tive que enfrentar e meu pai ali fazendo quimioterapia e eu o acompanhando , aí tive esse diagnóstico, de início o meu mundo desabou, o que veio de imediato em minha cabeça foi a morte, pensei que iria morrer e deixar meus filhos, mais depois eu vi que nem tudo estava perdido e teria tratamento.

Coloquei a cabeça no lugar e fomos para luta, aí eu e meu pai ali fazendo quimioterapia juntos. Fiz 16 sessões de quimioterapia, cirurgia e tive 8 linfonodos na axila comprometido pelo câncer então eu fiz o esvaziamento na axila onde me deixou com algumas sequelas, depois fiz 19 sessões de radioterapia o tratamento quimioterápico é devastador então a gente fica com medo, somos humanos e o medo é normal, porém com muita fé eu nunca me entreguei e coloquei nas mãos de Deus e sabia que Ele faria o melhor por mim, tive o apoio da minha família, meu marido Ronei, meus pais e amigos, isso me ajudou a superar, pois o apoio é fundamental nessa hora, a gente fica muito frágil e debilitada.

O que eu tenho para falar para vocês é se toquem (a mulher que se ama toca na sua mama), o câncer não olha idade, ele não olha a raça, ele não olha se a pessoa é rica ou pobre, então temos que nos prevenir, quando ele é diagnosticado mais cedo mais chance ele tem de curar, então essa é a minha história, tenha fé confia em Deus e tudo vai dar certo, fácil não é mas passa, tudo passa com força e determinação e com o apoio das pessoas ao nosso redor.

Renata Conceição Lucas Gomes, trabalhava em uma loja de materiais elétricos no ano de 2015, mais preciso 10 de Dezembro com 33 anos, após o dia de trabalho chegando em casa organizei o jantar e fui para o banho, nesse momento toquei minha mama direita e percebi um nódulo, veio a preocupação no momento e junto a ansiedade. No dia seguinte fui ao trabalho e comuniquei com a empresa a precisão de ir ao médico, assim fiz. Chegando ao hospital o médico disse que muito provável seria um câncer de mama e encaminhou para a Mastologista. Começou a correria contra o tempo, ultrassom, mamografia, biópsia e logo veio o resultado, em janeiro de 2016 desesperada fiz a retirada total da mama direita e esvaziamento total das axilas, passei por 12 sessões de quimioterapia e 19 radioterapia, meu cabelo caiu, as cicatrizes ficaram e junto delas a Marca da Vitória. Precisamos nos tocar, o apoio da família, amigos, orações, Jesus foi minha maior fortaleza. Manter o equilíbrio emocional é fundamental, apoio dos grupos para o paciente se sentir acolhida, psicólogos e perceber que não está sozinha, lembrar que cada doença é única, os efeitos colaterais, retirada da mama, falta dos cabelos costumam abalar muito o auto estima. Receber o diagnóstico não é fácil, mas os relatos de pessoas que venceram, ajudam muito e nos da esperança.

Câncer tem cura, se toquem, se amem, tenha fé, confie em Deus, família e amigos. Tudo passa.