Valéria Flores – jornalista e editora.

A emergência climática e suas consequências há muito avançam para além do campo das narrativas e dos debates. São uma dura realidade que vêm comprometendo a saúde das pessoas consumidoras e do planeta. As assimetrias decorrentes dos impactos também são visíveis, ao passo que populações em vulnerabilidade socioeconômica, são também as mais afetadas pela (in)justiça climática.

Ela se expressa por meio da falta de acesso a alimentos, energia, saneamento, bens e serviços, tanto em termos quantitativos quanto qualitativos, assim como pelo comprometimento de outros direitos fundamentais. As relações de produção e consumo se estabelecem no cotidiano das sociedades, estejam elas inseridas nos contextos locais ou globais. Nas últimas décadas, os sistemas hegemônicos têm se baseado no esgotamento do tecido social e dos recursos naturais, comprometendo a nossa e as futuras gerações.

Entende-se o consumo sustentável e responsável como um caminho para a mudança de modelo, nas dimensões socioeconômica, cultural e ambiental. Ele é meio para a construção de sociedades em que a justiça social e ambiental caminhem juntas.