A partir de 2025, haverá mudanças significativas no ambiente escolar no que diz respeito ao uso de tecnologia, pois, no final do ano passado, o Senado aprovou o projeto de lei (PL 4.932/2024) que restringe a utilização de celulares nas instituições públicas e privadas de Ensino Infantil e Médio do País, inclusive em todo o espaço educacional, desde a sala de aula até recreios, intervalos e atividades extracurriculares.
Com isso, fica vedado o acesso a dispositivos eletrônicos conectados à internet pelos estudantes, exceto em casos de necessidade pedagógica ou para apoio a alunos com deficiência. Antes de virar lei, o texto precisará da sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ao determinar que escolas e secretarias de educação criem protocolos específicos para o armazenamento seguro dos aparelhos durante o período escolar, a lei também evita o uso inadequado dos celulares, sem comprometer a segurança dos equipamentos dos alunos.
Melhorar o aprendizado e a convivência entre os alunos.
Segundo a psicopedagoga e escritora Paula Furtado, a iniciativa visa melhorar a atenção e a interação social das crianças, e promover um ambiente mais saudável e produtivo. “Considero que a recente sanção da Lei é uma medida inicial necessária para enfrentar os desafios educacionais contemporâneos. O uso excessivo de dispositivos móveis em sala de aula tem demonstrado prejudicar a concentração, a socialização e o desempenho acadêmico dos estudantes”, reforça Paula.
Sem o uso da tecnologia, é possível que as redes de ensino criem momentos de interação pessoal, leitura e escrita manual. Até então, durante os intervalos, era comum ver crianças isoladas em seus celulares, muitas vezes em grupos, mas cada uma imersa em seu próprio mundo virtual, o que reduz a interação entre elas. “Criar espaços sem tecnologia pode ajudar a fomentar conexões mais significativas e contribuir, também, para a socialização e saúde mental da turma”, pontua a profissional.
Adaptação
Com essa atual mudança, a comunicação entre a unidade de ensino e os pais é necessária para que sejam informados sobre as decisões tomadas e possam reforçar, em casa, a importância do uso consciente dos dispositivos. “É fundamental que escolas, famílias, educadores e alunos se unam para conscientizar sobre o uso saudável e funcional do celular, assegurando que essa ferramenta seja utilizada de maneira construtiva no processo educativo”, explica Paula.
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