Claudia Zanol – Professora

É imprescindível, falarmos da importância de compreendermos e interpretarmos diferentes linguagens, sendo elas, verbais, não verbais, digitais e outras. Vivemos em um mundo, em que a linguagem se tornou obsoleta, falo do diálogo, das conversas nas esquinas, das tardes de domingo, nas praças, calçadas e janelas, éramos fazedores das palavras, da boa comunicação, das gargalhadas fáceis, do aperto de mão, do sorriso escancarado. Conhecíamos os nossos vizinhos, da direita, da esquerda, da rua de cima e olhávamos mais para o céu e sabíamos, ou suponhamos, quando iria chover. Hoje, abaixamos a nossa cabeça, e damos bom dia, para um celular, que compacta as nossas linguagens e os nossos sentidos, estamos na era da superficialidade humana, somos dotados de tantas tecnologias e esquecemos de priorizar o que há de mais nobre, as comunicações primárias e as
relações humanizadas.

Paulo Freire, em seus estudos, ressalta que ler vai além de decodificar signos linguísticos; é preciso buscar a compreensão do texto lido para compreender o contexto vivido e assim libertar-se das ideologias que impedem de buscar condições éticas para construir uma sociedade
solidária e mais justa. Mas, como buscar uma sociedade solidária e justa, se não nos atrevemos a enxergar o outro, não nos atrevemos a conhecer a realidade do cotidiano dos nossos pares, estamos alienados ao um modo de vida compactada, e fria. Estabelecer uma linguagem intrapessoal, estabelecendo uma relação entre si mesmo. “Conhece-te a ti mesmo”. Sócrates, que em sua completude, possamos estabelecer uma relação
interpessoal, onde busquemos conviver e “com” “viver” com harmonia, apatia e integral. Como também se faz necessário, viver com, harmonia, apatia e sobretudo estabelecer uma relação de comunicação clara e eficaz.

A arte de se comunicar vai muito além de uma boa conversa e um bate-papo informal, ela perpassa por questões mais abrangentes, ressaltando e resguardando, antes de tudo, a integridade moral e social de cada pessoa. Cássia Montouto, em um dos seus poemas, fala da Escrita como forma de autoconhecimento e aprimoramento humano, uma busca incessante de si mesmo.

A Escrita

Escrevo,
Pois só assim eu me conheço.
Entre as linhas, observe as entrelinhas,
Nem sempre lerás o que sinto,

Muitas vezes,
Na maioria,
Somente o que escrevo!

Cássia Montouto.

Portanto, sendo a comunicação a arte de todas as esferas da vida, é de fundamental importância estabelecer uma comunicação eficaz, expondo suas experiências, o que vivenciou ao longo da vida, o impacto emocional e como isso mudou seu sistema de crenças, comportamentos e valores, estabelecendo uma conexão entre a comunicação intrapessoal e interpessoal de cada indivíduo.