O que resta de você quando tiram o que você “TEM QUE SER”, ou “TEM QUE FAZER”?
O que resta quando saímos do “TER QUE” para bancar o nosso “QUERER SER” ?
Hoje vivemos um imperativo de gozos onde temos que fazer dar conta de tudo e de todos, sem ao menos a compreensão do quanto custa tantas imposições que acaba por nos afastar de nós mesmos.
Há uma lista de como alcançar o fazer ideal que cega o nosso próprio olhar sob o eu. Basta você leitor parar um tempinho e listar, mesmo que no imaginário, quantas coisas você TEM que fazer, sem sequer parar para indagar seu desejo.
As cobranças sociais cada vez mais nos faz vestir roupas que nos apertam, mas que, esteticamente, são lindas aos olhos do outro. Dar conta de ser como esperam que sejamos é um desafio um tanto que difícil, quando colocamos nesta conta o que realmente gostaríamos.
Nesta matemática entre ser o que precisamos e ser o que gostaríamos, acabamos por nos deixar por último, como um resto. Se der, eu faço! Há um resto que nos resta que não é sobra. É um pedaço valioso de um tesouro abafado pelo o querer do outro.
Afinal, o que resta de mim ou de você?!
Bom, o que resta certamente não sei. Talvez reste um ser frágil, com seus desejos (AMOR)dançados e sufocados, ou quem sabe restem vazios e alguns buracos esperando bordados que tampone furos de um sujeito inacabado e os convoque a enfrentar os seus espaços do não ser, do não ter que.
Viver neste engodo entre ser você e agradar o outro é quase que uma arte.
Mas vale lembrar que a arte não tem rosto, não tem moldes, nem faces, muito embora tenha encaixes, uma arte é uma arte apenas por ser.
Talvez o que reste seja isto, a arte. A arte em sobreviver, em ser você sem que precise de tantos encaixes. A arte de ser poesia viva que não requer explicação, basta que sinta e diga o que queres ou não.
Sem dúvida esta é a maior das artes, SER VOCÊ em um mundo que dita todas as horas o que tem que ser, um mundo que convoca o sujeito a uma outra identidade. E não se deixar seduzir a isto de produzir sujeitos iguais sim é a maior das liberdades.
É preciso respeitar nossa subjetividade! Respeitar aquilo que nos faz único, ímpar, sem pares. O que temos todos podem ter, mas o que somos ninguém pode ser…
Quer saber o que resta quando decidimos sair deste imperativo do ter que ser ou fazer? Resta Você!
Desejo coragem para que você possa ser você mesmo! Você pode ser quem você quiser, inclusive você!
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