Entre os dias 10 e 13 de setembro a Arsae-MG recebeu diversas reclamações sobre desabastecimentos e diferentes cidades mineiras, e enviou perguntas à Copasa, que enviou a CE SPRE 236/2021.
Em resumo, a Copasa alegou problemas operacionais ligados a:
- Paralisações para correção de vazamentos e substituição de registros de manobra;
- Rompimentos de redes;
- Correção de vazamentos não-visíveis;
- Problemas eletromecânicos (quebras de bombas, etc);
Sabe-se que esses são problemas rotineiros, que acontecem em todos os sistemas. No entanto, no atual período temos registros de altas temperaturas e elevação substancial do consumo, situações que são agravadas nos fins de semana e feriados.
Portanto, outros problemas relacionados ao atual período acontecem, como descritos pela Copasa na resposta:
- Falta de chuva, que impacta na vazão de captações superficiais e poços;
- Altas temperaturas, que fazem o consumo aumentar substancialmente;
- Fins de semana e feriado, quando também se eleva o consumo.
Portanto, o consumo elevado alinhado com a falta de chuvas faz com que algumas captações superficiais e poços tenham sua oferta impactada, mas nem sempre a ponto de ser enquadrado como “Racionamento” nos moldes da Resolução Arsae-MG 68/2015. Tal situação pode afetar a oferta de água. Quando isso ocorre e somam-se os problemas comuns à operação dos sistemas (problemas operacionais citados acima) ocorrem impactos significativos no abastecimento, especialmente nas partes altas, que demoram mais tempo para serem abastecidas.
Esses motivos levam à importância do consumo consciente. É fato que o consumo consciente não vai garantir a solução de todo o problema, ou fazer com que sejam desnecessários investimentos. Apesar disso, o consumo consciente faz com que as pessoas situadas nas partes altas possam ser abastecidas com mais agilidade em tempos mais críticos para o abastecimento.
Pelos motivos citados acima a Copasa informou que tem adotado medidas como:
- Manobras nos sistemas para atendimento a diferentes áreas de maneira mais equilibrada;
- Trocas de equipamentos;
- Pesquisas com geofone, para identificação de vazamentos;
- Interligação de novos poços, utilizados apenas em períodos críticos;
- Execução de pesquisas para detecção de ligações clandestinas;
- Construção de redes de reforço;
- Transposição de alguns sistemas, para reforço de sistemas vizinhos;
Dentre outras ações.
A Arsae-MG está ciente dos problemas e continua acompanhando, sabendo especialmente que tal situação não deve ser considerada como normal. Portanto, cabe ressaltar a importância do acompanhamento das ações do IGAM, que está realizando estudos relacionados à gestão das águas, e o mais importante de tudo: que as equipes das prefeituras estejam alinhadas com as equipes da Copasa, para que as informações sejam compartilhadas de maneira eficiente. Esse alinhamento entre as equipes ainda garante que esses problemas possam ser identificados pelo Poder Concedente a fim de que impactem na construção e atualização dos Planos Municipais de Saneamento. Os PMSB são ferramentas fundamentais para que o saneamento seja parte do planejamento para a expansão urbana e não apenas um resultado dessa.
NOTA DA ARSAE – 24/09/2021
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