O dia 24 de abril foi escolhido porque é a data da publicação da Lei 10.436/02, que trata da linguagem de sinais, língua oficial utilizada pela comunidade surda brasileira.

Além disso, o Dia Nacional da Libras marca anos de luta da comunidade surda e demonstra que o futuro será melhor para toda comunidade.

Conforme a representante da Federação Nacional de Educação para os Surdos, Mariana Siqueira, para o portal JusBrasil:

 “O dia 24 de abril, com a criação do Dia Nacional de Líbras, marca anos de luta da comunidade surda. O principal momento da história, onde não existia em nenhum outro lugar e o Brasil saiu na frente, mostrando que o nosso futuro será muito melhor para todos nós da comunidade surda.”

A importância da lei

Nesta lei a Libras é descrita como forma de comunicação e expressão da comunidade surda. Assim, a Lei serviu como alicerce para uma série de políticas públicas. Entre elas, a inserção do curso de graduação em Língua de Sinais Brasileira nas universidades públicas.

O Jornal Digital Esmeraldas tem se empenhado para agregar e beneficiar a comunidade surda em nossos trabalhos, sabemos que não é um processo rápido, de simplesmente adaptar o nosso Portal, existem outros tantos fatores que impossibilitam muitas vezes as pessoas com deficiência auditiva de se sentirem inclusas no dia a dia.

A importância de políticas pública na nossa cidade voltada para a inclusão, ações de consolidação de práticas que garantam a inserção e a permanência das pessoas com deficiência. Implantação de Núcleo de Inclusão e Acessibilidade do Deficiente (Niad), interpretes de Libras para atender a demanda de alunos surdos e professores, aderir a programas como o Plano Viver sem Limite entre outros.

Língua de Sinais Brasileira deveria ser algo de grande importância em nossas escolas.

Conheça os desafios da comunidade surda

Conhecer mais sobre a comunidade surda e seus desafios é entender que os surdos não querem ser taxados de deficientes auditivos, pois isso implica uma visão negativa da surdez. Também é saber que existe uma cultura onde seus indivíduos percebem o mundo, principalmente, pela visão, o que os torna diferente, mas não deficientes.
E mais: ser integrante da comunidade surda não é sinônimo de isolamento. Pelo contrário, pois as pessoas surdas, assim como as ouvintes, são cidadãs engajadas na defesa de seus direitos, do respeito à sua cultura e da aceitação das diferenças pela sociedade na totalidade.
Conhecer mais sobre a comunidade surda e seus desafios também implica estar ciente que o termo surdo-mudo generaliza e nem sempre está correto, pois a pessoa com surdez não é muda necessariamente.
Aliás, é rara uma pessoa ser surda e muda em simultâneo. O que acontece é que, como ela não ouve, acaba não desenvolvendo a fala, mas pode emitir sons, pois seu aparelho fonador está intacto.
Por outro lado, muitas pessoas com algum grau de surdez, mas ouvem com a utilização de aparelhos auditivos e implantes cocleares conseguem falar e não se consideram integrantes da comunidade surda.
Linguagem de sinais
Uma importante questão que identifica a comunidade surda é a utilização da linguagem de sinais. É através dela que os surdos se comunicam, se expressam e alcançam seu pleno desenvolvimento mental, social e individual.
A linguagem de sinais propicia a interação e a comunicação entre surdos e demais pessoas que garantem o espaço deles, na sociedade e possibilitam a execução de todas as tarefas convenientes a qualquer indivíduo, como estudar, trabalhar, se divertir e namorar.
Também permite aos surdos sua inserção na sociedade como indivíduos possuidores de direitos, propiciando acesso a informações, compartilhamento de ideias, desejos e sentimentos.
Embora direcionada, a linguagem de sinais pode e deve ser aprendida pelos ouvintes, independentemente se convivem com surdos em seu meio social ou se precisam se qualificar para um trabalho. Aprender traz conhecimento e contribui para a acessibilidade e para a integração.
Muitos dos desafios de acessibilidade da comunidade surda na atualidade, inclusive no que se refere às atividades cotidianas, como ir ao banco, ao cinema e fazer compras, estão relacionados à falta de informação associada à dificuldade de comunicação.
Tal obstáculo está ligado, principalmente, ao uso ainda tímido da linguagem de sinais pela sociedade e pelos meios de comunicação, inclusive a internet.
A ausência de intérpretes da língua de sinais nos espaços sociais, principalmente em órgãos públicos ou que prestem serviços essenciais, também é um grande desafio, assim como o desconhecimento da língua portuguesa por boa parte da comunidade surda.
Características próprias
A maioria das pessoas categoriza a linguagem de sinais como algo relacionado somente a gestos. No entanto, como o próprio nome diz, trata-se de uma língua e possui diferentes níveis linguísticos, como morfologia, fonologia, sintaxe, pragmática e semântica.
Por isso, é ensinada com toda sua estrutura e complexidade. A principal diferença está na modalidade de articulação, visual-espacial.
Importante salientar que, assim como os idiomas convencionais, ela não é universal. Cada país desenvolve seus símbolos, gestos e estruturas gramaticais próprias. No Brasil, por exemplo, vigora a Língua Brasileira de Sinais (Libras). Já em Portugal, é a Língua Gestual Portuguesa (LGP) e, nos Estados Unidos, a American Sign Language (ASL). Até no mesmo país a língua de sinais pode sofrer variações.
Assim como os regionalismos brasileiros, por exemplo, ela tem seu desenvolvimento, suas gírias e nomenclaturas.
Identificação
Conhecer mais sobre a comunidade surda e seus desafios envolve, ainda, saber que um dos hábitos que caracterizam sua cultura é que todos os surdos recebem um sinal próprio de identificação.
Esse sinal só pode ser criado por outra pessoa com deficiência auditiva e serve para facilitar e agilizar a comunicação na hora de se apresentarem aos demais membros da comunidade e também em sociedade.
Os surdos se apresentam soletrando cada letra do seu nome por meio do alfabeto manual e, na sequência, apresentam o seu sinal próprio, referir-se a uma característica física ou mania. Uma vez criado, o sinal não pode ser alterado.