Em abril, ao mesmo tempo, em que se comemoram duas datas especiais, o Dia do Livro Infantil 18 de abril e o Dia Mundial do Livro 23 de abril, a Páginas Editora, criada pela jornalista e escritora Leida Reis, celebra seus seis anos de mercado. Ao longo desse período, ela lançou autores e se consolidou com antologias que disseminam a literatura por Minas e o Brasil. Foram mais de 270 livros publicados, nos gêneros infantil, juvenil, contos, crônicas, romances, biografias e livros técnicos.
“Acredito na literatura como força extremamente democrática, pois além de ser aliada da educação, é uma arte que empodera todo e qualquer leitor. Ninguém sai de uma leitura como entrou, é sempre enriquecedor acompanhar uma narrativa, deparar-se com uma sequência de poemas, ler um livro para crianças ou acessar informações especializadas”.
A fala de Leida Reis mostra a convicção de sua escolha pelo mundo literário. Autora de oito livros, dentre eles dois romances — incluindo “A invenção do crime”, publicado pela Editora Record — dois de contos, três infantis e um de poemas, ela se mostra uma militante da leitura.
Foi vice-presidente da Câmara Mineira do Livro, atuou como jurada de dois importantes concursos literários de Minas e eventos de peso, como o Festival Internacional de Belo Horizonte (Fli-BH) e o Salão do Livro Infantil e Juvenil de Minas Gerais. Não há livros preferidos da Páginas Editora para a sua fundadora.
Cada projeto de edição que chega às mãos tem uma importância singular. Todos são tratados como realização de sonhos dos autores, e o sentido é fazer o elo entre a história contada e os seus potenciais leitores. Por isso, a editora oferece uma distribuição nacional em plataformas com livros físicos, impressão sob demanda, e-books e já lançou também audiolivro.
Desde autores com o primeiro livro até um caso de um com onze títulos lançados e dois no prelo, todos recebem atenção especial. A editora também inscreve os títulos, especialmente para crianças, em editais, e já emplacou um na rede municipal de São Paulo (Petrina, de Lindomar da Silva), e outro na de Belo Horizonte (A chave do ouro, de Ângela Xavier).
O primeiro livro da editora foi lançado no dia 13 de abril, no Sesc Palladium, em Belo Horizonte. Bilô desembolô, de Vanessa Corrêa, ilustrado por Iara Rachid, traz a reflexão do racismo. O livro, em segunda edição, foi adotado em escolas e usado em diversos projetos de leitura. A continuação veio em 2019 com Memórias de Bilô, mostrando a personagem na pré-adolescência.
E justamente agora, Iara Rachid lança seu livro solo, com texto e ilustração, Era uma vez uma barriga, mostrando como a criança reage diante da chegada do irmãozinho. Para a autora Vanessa Corrêa, a história da publicação está na memória de forma afetiva.
“Insistir, não desistir, persistir, insistir e insistir quantas vezes forem necessárias. Assim surgiu de milagre uma editora sintonizada com a minha escrita, com a minha verdade. Publicação agendada. Os preparativos entraram em processo de criação, todas as conexões possíveis. Tudo fluindo… E no dia 11-04-2017, no Sesc Palladium, o grande sonho da minha vida tornava-se realidade: o lançamento do meu primeiro livro: Bilô desembolô e o primeiro livro da Páginas Editora, meu coração palpitava, muito amor e muito trabalho em equipe envolvido”. Hoje a Bilô é conhecida no Brasil e no exterior, afirma Vanessa.
“Quantas contações de histórias ao longo desses anos. E como fruto de todo o movimento o segundo livro: Memórias da Bilô. Agora? Preparando para o terceiro. Aguarde… Há muita emoção no ar…” Assim a autora Corrêa definiu seu sentimento ao lançar seu primeiro livro.
Dez livros em pouco mais de dois anos Henrique German, promotor de Justiça aposentado, é hoje um escritor consolidado, com dois romances, um livro de contos, um de crônicas, um de poemas e cinco para crianças. Pode-se dizer que são onze histórias porque Rebeca e Zequinha contém duas histórias, apresentadas em duas capas.
Dois livros estão no prelo, sendo um de contos e um infantil, e há projetos para mais títulos ainda neste ano. Para você, quais são os maiores valores da literatura? O valor da Literatura reside, acima de tudo, no fato de ser a mais ampla possibilidade de expressão artística, na medida em que faz uso da mais humana das ferramentas, qual seja a linguagem articulada. Por meio da Literatura, a humanidade é capaz de exprimir os seus mais sublimes aspectos.
Qual a importância de escrever para o senhor? A importância de escrever, para qualquer escritor, é visceral, absolutamente fundamental, essência própria do ofício, que faz do escritor quem ele é. Como o leitor se reinventa também na literatura?
O leitor, no exercício de sua plena liberdade, enxergando com os olhos da própria alma, emaranhado nas mil intertextualidades que o compõem, reconfigura-se, naturalmente, a cada nova leitura, na proporção em que cresce em conhecimentos e sentimentos, fazendo-se sempre e sempre maior. Autores com estilos diferentes Jamelice Luz começou a publicar pela Páginas Editora e já lançou quatro títulos, sendo dois romances e dois infantis.
Os romances Noites Pretas e Sombra das ruas trazem questões sociais. O infantil Peixe-amigo-pássaro retrata um assunto delicado para as crianças, a morte, com a perda de um bichinho de estimação.
“Escrevo para traduzir um tempo, uma época, as incongruências humanas. Mas também divertir e dar asas à criatividade e a imaginação. No meu caso é quase uma catarse, a necessidade de abordar temas sociais importantes e de exorcizar meus fantasmas.”
Leitora fiel desde criança, Jamelice Luz afirma que a leitura a ajuda a ver o mundo de forma diferente, compreender que os dramas são resultados da busca pelo sentido da vida diante do inevitável que é a morte.
Alguns livros marcaram gerações. Ela cita, dentre vários que aprecia, o “Segundo sexo” de Simone de Beauvoir, que influenciou a luta das mulheres feministas por direitos e empoderamento. A escritora brasiliense Carol Schettini, autora de dois livros e com participação em uma belíssima antologia, também falou com o Jornal Digital de Esmeraldas.
“Além de transmitir conhecimento, a literatura envolve, diverte, amplia a compreensão do mundo e transporta o leitor da vida real para a fantasia. Quanto mais se escreve, mais fácil fica juntar palavras para transformar em texto. Se não coloca no papel, uma ideia nunca mais é encontrada. O escritor costuma falar a verdade. Talvez, ele minta. Quem sabe. O leitor se reinventa quando se transporta para dentro da história, quando traz para sua vida um ensinamento do texto, quando sente alguma emoção com o que leu”.
Jovem e escrevendo para o público jovem, Rafaela Polanczyk, autora da trilogia ” O rei perdido” celebra o mês de aniversário da Páginas e do livro.
“O maior valor da literatura é transmissão de uma mensagem por meio da conexão. Conectar autores com leitores. Conectar com personagens e emoções que todo ser humano passa. Conectar pessoas do passado com pessoas do futuro”.
Para o escritor, diz Rafaela, escrever é uma forma de registrar nossas vivências no papel e compartilhar com leitores.
“Seja em forma de grandes metáforas na ficção, seja nas rimas de poesia ou numa biografia. Existe aquela famosa frase sobre como ‘um leitor vive mil vidas’. Quando lemos, nós vivemos algo que nunca viveríamos se não fosse a leitura. E essa experiência lida, passa a ser parte de quem somos, do que pensamos, de como agimos. Assim leitores podem se inspirar e se reinventar com essas experiências lidas”.
Amilcar Almeida “Publiquei dois livros pela Páginas, o primeiro de poesia, o segundo de contos. Eu estava com esses escritos guardados há um bom tempo e fui estimulado a publicá-los. De fato, os livros devem seguir seus caminhos, não podem ficar na gaveta. Escrever e publicar é realizar um sonho e uma editora que acolhe seu projeto é uma parceria fundamental”.
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