Marcos San Juan – Jornalista

No coração de Minas Gerais, em Esmeraldas, 6 de dezembro de 1956 – nasceu um talento que iria marcar o cenário esportivo nacional, Feliciano Alves Diniz Filho, carinhosamente conhecido como Alves. Sua jornada no mundo do futebol começou em 1971, nas categorias de base do Atlético Mineiro, e se estendeu por impressionantes 17 anos, culminando no Clube Náutico Capibaribe.

Casado e pai de três filhos, Alves não só se destacou nos gramados, mas também mostrou a importância do equilíbrio entre profissão e família. Em 1976, o renomado técnico Telê Santana, com olhos perspicazes para o talento bruto, resgatou Alves das categorias de base atleticanas. Naquela época, o jovem jogador acabara de conquistar o bicampeonato da Taça São Paulo de Juniores, uma demonstração inegável de seu potencial, além de tudo Alves também compartilhou os gramados com grandes jogadores como Dadá Maravilha, Reinaldo, ambos do Atlético Mineiro, entre outros. Sua trajetória no Galo durou uma década, período em que deixou uma marca indelével na história do clube e conquistou o coração da torcida.

Em seguida, Alves levou seu talento e dedicação para outros renomados clubes, como Bahia, Cruzeiro, Portuguesa, Internacional-RS, Francana, Aymoré (RS), Nacional de Manaus e Maringá, demonstrando sua versatilidade e habilidade em diversos campos de jogo. Em sua última parada no Clube Náutico Capibaribe, Alves encerrou uma carreira brilhante, deixando um legado de comprometimento, paixão e profissionalismo.

Seu nome permanece gravado nas páginas de ouro do futebol brasileiro, como um exemplo inspirador para as futuras gerações de atletas. Feliciano Alves Diniz Filho, o Alves, não é apenas um nome no mundo do futebol, mas uma lenda que continuará a inspirar amantes do esporte em todo o país. Sua dedicação incansável e amor pelo jogo são um testemunho eterno de que com paixão, trabalho duro e determinação, é possível alcançar os mais altos patamares no esporte.

Para obter uma compreensão mais detalhada desta trajetória de sucesso no futebol, nossa equipe realizou uma entrevista com o ex-jogador.

JDE – Como foi a sua trajetória desde as categorias de base até chegar ao time profissional do Atlético Mineiro?

Alves – Aos 14 anos, o Júnior do Galo esteve aqui em Esmeraldas. O Barbatana era o treinador e gostou de mim e de outro colega meu, o Marinho de Ataliba. Desde a minha entrada até chegar ao profissional foram 4 anos. Como jogador da base, fui duas vezes à Taça São Paulo e, graças a Deus, ganhamos as duas. Cheguei ao profissional quando o Telê Santana precisava de um lateral direito. Eu, como volante, aceitei na hora jogar como lateral no profissional. Nunca mais joguei como volante.

JDE – Qual foi o momento mais marcante para você durante os seus anos no Atlético, tanto dentro quanto fora de campo?

Alves – Dentro do Galo, foi a final do Brasileiro de 77, Galo contra São Paulo. Tínhamos 10 pontos de vantagem e perdemos o campeonato de forma invicta, nos pênaltis. Fora de campo, foi uma honra ter duas torcidas organizadas em meu nome: a Alves Negra e a Alves Presley.

JDE – Você poderia compartilhar um pouco sobre a experiência de jogar sob a orientação de Telê Santana em 1976?

Alves – Naquele tempo, aprendíamos a marcar, cruzar, virar o jogo e muitas outras coisas. Tele e Barbatana foram responsáveis por todo o aperfeiçoamento que adquiri.

JDE – Ao longo da sua carreira, você passou por diversos clubes. Existe algum momento ou clube que tenha deixado uma marca especial em sua memória?

Alves – A maior marca é, sem dúvida, o Galo. Mas a Portuguesa e o Internacional também foram diferenciados.

JDE – Além de sua carreira como jogador, você também se destacou na gestão das categorias de base. Pode falar um pouco sobre essa fase da sua vida e o que ela representou para você?

Alves – Trabalhei como coordenador da base do Galo por 6 anos e do América por 6 anos. Todos os clubes me deram a oportunidade de conhecer o outro lado, o que ainda era um sonho para mim. É muito importante conhecer o passo a passo daquele garoto que sonha em ser atleta. Além disso, os bastidores trazem muitas experiências na vida da gente.

JDE – Em 1984, você poderia ter disputado o torneio de futebol dos Jogos Olímpicos de Los Angeles, conta para nossos leitores o que aconteceu naquela época e como você lidou com essa situação?

Alves – Estava emprestado ao Internacional, quando a CBF convidou o Internacional para representar a seleção nos EUA. Quando tudo estava preparado, a Portuguesa (dona do meu passe) negou e pediu para que eu voltasse para São Paulo urgentemente. Não me deixaram falar nada.

JDE – Na sua opinião, atualmente, qual jogador de futebol, seja do Brasil ou do exterior, merece destaque?

Alves – Atualmente, no Brasil, temos Neymar, Casemiro e Vinicius Jr. Fora do Brasil, Messi ainda é a estrela maior.

JDE – Durante sua carreira, houve um time específico com o qual você sempre sonhou jogar, mas não teve a oportunidade de fazê-lo?

Alves – Não. Tenho que agradecer a Deus que, por onde passei, fui capitão em todas as equipes e deixei apenas coisas boas. Foram 10 times no Brasil.

JDE – Depois de tudo o que você viveu no futebol, qual conselho você daria para jovens talentos que estão começando suas carreiras no esporte?

Alves – Qualidade, insistência, obediência, discernimento e força de vontade. Viva o seu sonho para que ele possa se tornar realidade. Não é fácil.