C.A.B.E

“Centro de Arte Bordado de Esmeraldas”, foi fundado em 26 de julho de 1989. passando de mãe para filha a arte do bordado esmeraldense se tornou referência no estado de Minas. Logo após o seu surgimento da “Incresia”, uma empresa que se associou as bordadeiras, onde gerou empregos, e ajudou a descobrir mais talentos. Hoje a Incresia não está mais atuando no mercado, porém fez parte da história cultural das bordadeiras.

A Frustração

Com total de 18 mulheres na fundação do projeto, tiveram por trás vários sonhos e encantos perdidos com promessas dos governantes daquela época. Passando por vários pontos da cidade de esmeraldas as bordadeiras foram para casa das representantes, lojas alugadas e outros. Até a chegada no coreto do centro de esmeraldas, onde passaram um bom tempo ali dedicando o profissionalismo ao artesanato local da cidade. Com ajuda da prefeitura elas conseguiram realizar um curso para aprimorar mais suas técnicas, naquela época no final da década de 90 elas saíram do coreto da cidade onde estavam com uma promessa dos governantes em coloca-las em um lugar maravilhoso na Praça da Cidade, com o Design de vidro de fora á fora, em um local que seria de arte e artesanatos das bordadeiras. Porém este sonho não se tornou realidade e infelizmente até o momento não se concretizou. As bordadeiras tiveram a oportunidade de apresentarem os trabalhos nas feiras de artesanato, encantando o público com lindos detalhes e peças radiantes, atualmente nossas bordadeiras estão sem local, elas estavam no mercado central da cidade, porém o mercado está sendo utilizado para outros fins da prefeitura e sem data prevista para volta das atividades do local.

Perguntamos elas qual era a visão delas como líderes de uma associação de renome e de tanto respeito na cidade. Auxiliando tantas outras mulheres e ajudando a manifestar o empoderamento feminino?

Elas nos responderam: “na verdade não nos enxergamos como líderes mais sim como representante dessas mulheres perante o público de compras, pois tudo é conversado e decidido em reunião, nós só tomamos a frente, porque toda Associação tem que ter uma diretoria, então a gente ajuda. Com o período da COVID-19 os trabalhos entre elas deram uma parada (no sentido de comercialização dos produtos) e alguns produtos foram devolvidos as bordadeiras para que elas pudessem comercializar do jeito delas, para adquirir o seu ganha-pão. Mais nessa pandemia elas conseguiram bastante donativos e doações para ajudar os que precisavam em seu meio. Além dos bordados também existem outros tipos artesanatos” ressalta uma das entrevistadas.

O Hoje

Desde 2014 nossas bordadeiras se encontram localizadas no Mercado Central da cidade, porém por conta da pandemia elas estão sem local, mas cada uma comercializando o seu produto da forma que pode. Mais sempre em movimento porque os trabalhos das nossas queridas bordadeiras não podem parar e não vão parar.

Perguntamos o que elas acham sobre as próximas gerações, se vão querer dar continuidade a este lindo projeto?

Elas nos responderam: “Eu acho que não, sabe por que? Porque hoje o pessoal dessa faixa etária eles estão muito pra esta área do estudo da tecnologia, então as pessoas que vierem pra essa área do artesanato serão pessoas de 40 anos para cima, que são pessoas que já estão com a sua vida organizada, então estas pessoas irão entrar mais por um hobby, do que um ganha pão. Porque agora para dar os cursos não pode ter menos de 16 anos, a legislação não permite. Antigamente quando as oficinas começaram a gente ensinava crianças de 9 anos, nós recebíamos essa turma para ensinar e os meninos aprendiam direitinho pode até não ter continuado mais eu conheço meninas que aprenderam crochê e sabe fazer até hoje”, assim conta a nossa entrevistada.

E o Futuro?

Nós como colunistas de moda em uma cidade tão grande e repleta de grandes aprendizados, artes e cultura vamos sempre impulsionar para que nunca parem uma voz, uma mão e um retrós de linha, que borda não apenas tecidos, não apenas roupas, tapetes e enxovais, mas sim SONHOS de mulheres brasileiras que carregam a cultura de Minas Gerais no seu colo mostrando que a simplicidade do bordado pode alcançar até mesmo países tão tão tão distantes.

Fica aqui o nosso apelo e nossa pergunta, o porquê as bordadeiras de Esmeraldas não estão bordando mais sonhos?

Por que Governantes?

Colunistas: Marcos Copitelys e Gabriel Oliveira