O metrô de Belo Horizonte voltou a circular integralmente nesta segunda, 2 de maio, mais de 40 dias após o início da paralisação. Entretanto, segundo o Sindicato dos Metroviários de Minas Gerais (Sindimetro/MG), a greve pode voltar a qualquer momento caso “o governo se aproveite dessa pausa para tentar aprovar algo que ataque os direitos da categoria”.

A suspensão, segundo Sindimetro, acontece “em consideração ao quanto a população da Grande Belo Horizonte está sendo penalizada e sacrificada”. De acordo com Pablo Henrique Ramos de Azevedo, diretor de comunicação do Sindimetro/MG, em função da diminuição da frota de ônibus, há a expectativa de que o número de usuários do metrô seja ainda maior que antes do início da greve.

Ainda de acordo com ele, há uma promessa de reunião entre o Programa de Parcerias de Investimento (PPI), que conduz o processo de privatização, e os metroviários.

Movimentação

Os trens voltaram a circular a partir das 5h15 e funcionarão até 23h. Na manhã de 2 de maio, foi possível observar o aumento de passageiros e estações novamente lotadas.

A estimativa era que 70 mil pessoas estivessem sendo prejudicadas diariamente com os trens funcionando apenas das 10h às 17h. Uma dessas pessoas é a técnica em enfermagem Daniela Pereira. De acordo com ela, sem o metrô, era necessário gastar mais dinheiro para poder chegar no local de trabalho.

“Nossos empregadores dão o vale-transporte para o metrô. Visto que nós não conseguimos usar em tempo hábil — eu, por exemplo, pego metrô às 5h45 da manhã —, tenho que depender de dinheiro para chegar de outra forma”, disse.

Além da economia de dinheiro, também há economia de tempo.
“O metrô é mais fácil de chegar no Centro de BH, os ônibus ficam muito lotados. Demoro uma hora a menos para chegar de metrô comparado ao ônibus, com metrô fica muito mais fácil”, comenta Bárbara Almeida, que é operadora de telemarketing e precisa se deslocar diariamente de Contagem até BH.

Desdobramentos

Na terça, 3 de maio, estava prevista ainda uma audiência pública na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, que discutirá os reflexos da greve.

Reivindicações

Os metroviários iniciaram o movimento grevista no dia 21 de março buscando estabilidade após o processo de privatização da CBTU-BH. Os trabalhadores pleiteiam a possibilidade de transferência para outras unidades da CBTU, uma vez que há outras unidades em Natal, Recife, Maceió e João Pessoa. A posição oficial do governo é que, após a privatização da CBTU, os funcionários terão estabilidade de 12 meses.

A CBTU-BH informou que vinha tomando todas as medidas judiciais e administrativas possíveis na tentativa de suspender o movimento de greve.

Fonte: Hoje em Dia