Marcos San Juan – Jornalista

Na vasta tapeçaria das narrativas infantis que resistem ao teste do tempo, a história da Chapeuzinho Vermelho continua a ecoar de geração em geração. No entanto, ao contemplar os contornos desse conto clássico, somos levados a refletir sobre uma inquietante realidade que se desenha nos dias atuais: a presença de lobos disfarçados entre nós.

Na trama, o lobo habilmente se apresenta como um amigo benevolente, guiando Chapeuzinho pelo caminho supostamente seguro. Entretanto, suas intenções perversas permanecem ocultas, um jogo sutil que escapa à percepção da inocente Chapeuzinho. Paralelamente, observamos uma dinâmica contemporânea onde indivíduos se camuflam como amigos, confidentes e benfeitores, mas, na verdade, buscam conduzir-nos por Fendas tortuosas para explorar nossa boa vontade.

Assim como na narrativa clássica, os lobos modernos eventualmente são desmascarados. Estes dissimulados antagonistas desfazem suas falsas identidades, obscurecendo a integridade daqueles que buscam devorar. Felizmente, assim como na fábula, a verdade acaba por emergir, revelando a verdadeira natureza do caçador.

A reflexão que essa história suscita é urgente: quantos “lobos” contemporâneos rondam nosso convívio diário? Muitos se apresentam como cidadãos exemplares, proclamando a virtude e apontando o caminho do bem. Contudo, suas motivações obscuras revelam um desejo soturno de destruição, engano e roubo de identidade. Esses lobos modernos, destituídos de criatividade, subsistem na vida alheia, alimentando-se das conquistas alheias.

É imperativo, portanto, que olhemos atentamente ao nosso redor. Quem são aqueles que se fazem de “bons moços”, guiando-nos com palavras doces e promessas generosas? Será que por trás dessas máscaras repousa um lobo voraz, pronto para devorar nossas conquistas e enganar nossas boas intenções?

Neste teatro complexo da vida, a descoberta da verdade muitas vezes chega tarde demais. Conclamamos à reflexão, à vigilância e ao discernimento, pois, em um mundo onde os lobos se disfarçam de cordeiros, a inocência pode ser devorada antes mesmo de percebermos o perigo que nos ronda. Que este alerta ressoe em nossos ouvidos, pois a verdade, como na história da Chapeuzinho Vermelho, pode se revelar no momento mais inesperado.