O Mercado Municipal de Esmeraldas Carlos Antônio Ferreira, que se encontra fechado desde o início da pandemia COVID-19 em 2021, volta aos olhares da população cobrando a reabertura do estabelecimento, e por este motivo o radialista José Jorge, mostrou em suas redes sociais o descaso do executivo.
O radialista informou que “tem buscado, de forma incansável, explicações para o fechamento do mercado. Da mesma forma, tenho procurado as autoridades competentes para apresentar um cronograma das obras e reformas prometidas para assegurar a sua reabertura. Infelizmente não tenho tido nenhum retorno. Mais preciso deixar claro que não vou desistir desta busca. Conversei com alguns comerciantes do entorno do mercado e ouvi muitas reclamações. O abandono do mercado, na avaliação da maioria deles, representa pouco prejuízo econômico para os seus negócios. A tristeza deles é ver o prejuízo socio-cultural que este fechamento tem trazido para toda cidade”.
Abaixo fotos do Mercado Municipal de Esmeraldas Carlos Antônio Ferreira, antes do fechamento.
Nosso jornalismo – JDE, teve acesso ao documento que foi enviando aos comerciantes, após a intensa cobrança de uma solução para reabertura do Mercado Municipal de Esmeraldas. Documento este enviado aos comerciantes por Getúlio Edmundo Rodrigues de Abreu – Secretário Municipal de Agricultura, Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável.
Solicitamos também um posicionamento da Prefeitura de Esmeraldas, que nos enviou a seguinte nota.
Em resposta ao questionamento encaminhado pelo Jornal Digital Esmeraldas, informamos que, após recebimento denúncias acerca de irregularidades na escolha dos lojistas e funcionamento do Mercado Municipal “Carlos Antônio Ferreira”, e com o término do convênio com a AAFAE – Associação dos Agricultores Familiares e da Agroindústria de Esmeraldas, responsável, à época, pela administração do referido local, o Município de Esmeraldas optou pelo fechamento do mesmo durante o período de alta incidência da pandemia da Covid-19, até a realização de lei para regularização do seu funcionamento.
Esclarecemos que a Lei nº2719/2021 foi devidamente sancionada e regulamentada pelo Decreto nº 480/2022, restando consignado que os espaços comerciais do Mercado Municipal serão objeto de licitação, observando os ramos de atividades a eles destinados.
Por fim, informamos que as medidas necessárias para aplicação da Lei Municipal estão sendo adotadas pelo Executivo Municipal, sendo certo que o edital para licitação dos espaços comerciais encontra-se em fase de elaboração e será devidamente divulgado pelo órgão Municipal competente, nos termos da Lei Federal que estabelece normas gerais sobre as licitações e contratos administrativos.
Sem mais para o momento, nos colocamos à disposição para maiores esclarecimentos.
Esperamos que as reformas e todo o trâmite para a reabertura do Mercado Municipal Carlos Antônio Ferreira, seja realizado de forma ágil para que a população esmeraldense volte a usufruir do ponto de lazer, arte e cultura, e claro, impulsionando o crescimento do comércio local.
Para entender a importância que os Mercados Municipais tem para as cidades, conversamos com Silvia Drumond, responsável da Assessoria de Comunicação do Mercado Central de Belo Horizonte.
- Qual a relação que o Mercado Central tem com a cidade de Belo Horizonte, e conte um pouco da história do mercado?
Belo Horizonte tinha apenas 31 anos quando a Prefeitura decidiu reunir, em um só local, os produtos destinados ao abastecimento dos 47.000 habitantes da nova capital. Foi assim que o Mercado Central nasceu, no dia 7 de setembro de 1929: unindo as feiras da Praça da Estação e a Feira de Amostras da praça da atual rodoviária. Em um terreno próximo à Praça Raul Soares, onde era o campo do América Futebol Clube, o novo Mercado Municipal reuniu todos os feirantes, centralizando o abastecimento da região.
O Mercado Municipal funcionava todos dos dias, no terreno descoberto, circundado pelas carroças que transportavam os produtos, as barracas de madeira se enfileiravam para a venda de alimentos básicos para a população. Com sua atividade intensa, o local foi se tornando um ponto de encontro na nova capital.
Até que em 1964 a Prefeitura anuncia a venda do terreno, alegando impossibilidade de administrar a feira. Para impedir o fechamento do Mercado, os comerciantes se organizaram e criaram uma cooperativa com a finalidade de participar do leilão. No dia, a Cooperativa de Construção Limitada dos Ocupantes do Mercado Municipal ocuparam a sede, com o apoio de parentes e amigos, e não deixaram que os outros interessados chegassem ao local.
Os comerciantes arremataram o terreno, mas com a condição de construir um galpão coberto na área total do loteamento no prazo de cinco anos. Se não conseguissem, teriam que devolver a área à Prefeitura.
A tarefa não foi fácil. A duas semanas do fim do prazo ainda faltava o fechamento do mercado. Foi então que o presidente da cooperativa conseguiu um empréstimo e contratou quatro construtoras para finalizar a obra a tempo, ficando cada uma responsável por uma lateral, para que o galpão pudesse ser fechado no prazo estabelecido.
Optou-se por utilizar o cobogó, cerâmica vazada, por ser mais rápida para o assentamento e ter preço baixo. Ao fim do prazo, os 14.000 m² de terreno estavam totalmente fechados. Os associados, com seu empreendedorismo e entusiasmo, viam seu esforço recompensado.
Assim, como associação privada, o Mercado Central se estruturou. Bem organizado e com participação ativa dos comerciantes, ao longo dos anos o Mercado ampliava suas atividades, expandia seus negócios e se transformava em um núcleo não só de produtos alimentícios, mas também de artesanato, da gastronomia mineira, tornando-se um dos principais pontos turísticos de Belo Horizonte e um dos locais mais queridos pelos mineiros.
Atualmente, com 93 anos de existência, o Mercado Central possui mais de 400 lojas e atrai todos os dias milhares de visitantes de todos os lugares do Brasil e do mundo e, em seus corredores, guarda grandes memórias e muitas histórias para contar.
Mercado Central é aberto ao público e recebe todos os dias milhares de visitantes. Eleito pelos belo-horizontinos como o local que é “A Cara de BH”.
- Quantas pessoas em média passam no mercado mensalmente?
O público atual é de cerca de 1 milhão e 200 mil pessoas por mês.
- Como é o apoio da população e também dos poderes executivo e legislativos, principalmente no momento mais difícil que passamos, como foi a pandemia. Qual foi a estratégia para se manterem firmes?
Durante a pandemia houve diminuição drástica de frequentadores e clientes, o mercado e os comerciantes precisaram se reinventar. Adotamos medidas de prevenção, com restrição de acesso, uso de máscaras e disponibilização de álcool gel nas entradas. Muitas lojas passaram atender com entregas de mercadorias. Os bares e restaurantes ficaram mais tempos fechados e assim criamos, com autorização da Prefeitura, o espaço “Praia dos Mineiros”: aos sábados, os clientes são atendidos nas mesas do lado de fora do mercado, na Av. Augusto de Lima. A proposta foi muito bem aceita pelos frequentadores e o evento se tornou permanente no calendário dos sábados.
O apoio dos poderes públicos foi fundamental para superarmos esse momento de dificuldade para toda a cidade.
- O Mercado Central ajuda os comércios em entorno, gerando mais movimentos nos estabelecimentos fora do mercado?
Como ponto turístico e gastronômico da cidade, o Mercado Central atrai muitos visitantes e ao mesmo tempo, buscamos sempre realizar eventos que tragam não só o turista, mas também os moradores da região metropolitana. Neste segundo semestre por exemplo, nosso espaço recebeu a Feira de Orquídeas, a Feira de Cerâmica, exposições de arte e também abrimos o Espaço Copa para os torcedores acompanharem os jogos da Copa do Catar.
- Como o comerciante pode abrir seu negócio no Mercado Central, como é feito o processo de alugar uma loja?
Exatamente, hoje para abrir um negócio é preciso primeiro verificar a disponibilidade de lojas para alugar e também solicitar junto à Administração a autorização para abertura e aprovação de ramo. O nosso Estatuto estabelece as regras para abertura e funcionamento de comércio dentro do mercado.
- Deixe uma dica para os leitores do JDE, quando forem visitar o Mercado Central, um local onde não pode deixar de passar?
Passeando pelos corredores você vai apreciar todos os cheiros, aromas e sabores de Minas Gerais. As lojas do Mercado Central representam toda a cultura do nosso estado. Aqui você vai encontrar uma grande variedade de queijos, doces, temperos, biscoitos, artesanato, flores e plantas, utilidades domésticas, suplementos e a tradicional comida mineira. Mas também temos a comida árabe e oriental, carnes, peixes, cervejas, bebidas destiladas, hortifruti, tabacaria, enfim, a gente costuma dizer que tudo que você procurar, no mercado você encontra.
- Na sua opinião e experiência, vale apena as prefeituras investirem no cuidado e promoção dos Mercados Municipais nas cidades e por quê?
Quando visitamos uma cidade como turistas, um dos locais de visita obrigatória são os mercados. Isto porque eles representam a cultura daquela localidade. Assim é com o Mercado Central, uma referência para os belo horizontinos e que inclusive foi escolhido pela população como o lugar que é a Cara de BH.
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