Cristiano Zanetta de Matos, casado, pai, empresário e coach. O que o diferencia de muitos é o que você vai descobrir nessa matéria, que tive o prazer de realizar. Saindo diretamente dos quadrinhos e da tv, conversei com ele “O BATMAN DO BRASIL” um herói que acompanho o trabalho há algum tempo e é um exemplo a ser seguido.

E que desenvolve um trabalho fantástico, visitando hospitais que realizam tratamentos oncológico e auxilia na recuperação de crianças com câncer, trabalhando a autoestima e a coragem dos pequenos. Carrega em sua bagagem relatos e muitas histórias de crianças que já estavam se entregando à doença, mas voltaram a lutar pela vida depois da visita motivacional do Batman. Conheça nessa conversa quem é o homem por  trás desse herói.

Como surgiu essa ideia, conte um pouco do início de tudo?

A história da minha vida começou a ser definida a partir das vivências que tive na infância. Foram muitos traumas e, de cada um deles, veio uma consequência, tais como o terror noturno e a dislexia.

Eu cresci ouvindo os piores prognósticos de médicos e especialistas a respeito do meu futuro. Por essência, não aceito portas fechadas e, por isso, tomei cada acontecimento como desafio. Contrariando expectativas, me formei não só na escola, mas na faculdade.

Além de limitações, as minhas vivências me fizeram impor desafios e um deles foi uma promessa de motivar pessoas a continuarem lutando pelas suas vidas. Para isso, utilizaria a roupa que tenho como armadura, do Batman, pois foi ao entender como ele lidava com seus desafios que eu pude lidar com os meus e realizar meus sonhos. Após muito estudo, desenvolvi a Ciência do Batman, cuja aplicação em meu trabalho social tem resultados confirmados por profissionais da área de saúde.

Sua infância foi marcada por alguns traumas, foi isso que levou você a liberar um herói de dentro de você?

Eu descobri, da pior forma possível, como se tornar um verdadeiro herói na vida real. Aos 6 anos de idade, eu presenciei um incêndio na minha casa, onde só estava eu e minhas duas irmãs, na época com 5 e outra com 1 ano e a babá que estava estendendo roupa na parte de fora da casa e não consegui entrar quando tudo começou a pegar fogo. Eu me lembro que mesmo com a intensidade das chamas, eu tentava derrubar a porta para salvar minha família e por sorte, a ajuda chegou em seguida.

Na época, eu via o bombeiro que nos salvou como herói e ele não tinha poderes. Até que em uma das minhas sessões de terapia, minha psicóloga me apresentou o Batman. Eu sabia que ele era um herói e não tinha poderes e mesmo assim, salvava muitas pessoas.

E como é o seu trabalho como Batman? O que do personagem o Cristiano tem em comum?

Realizo visitas em alas oncológicas de hospitais por todo o País vestido de Batman e reinvento trabalhos com crianças, jovens e adultos em estágio de depressão, levando motivação e esperança a eles diante de cada tratamento. O Batman é mais do que um vigilante e um herói. Ele é um símbolo de esperança que mostra que qualquer um pode fazer a diferença em uma situação de caos.

Então, eu descobri a forma com o qual o Batman lidava com seus desafios. No caso dele, perdeu os pais quando criança e no meu caso, foi diante do incêndio da minha casa. Foi diante desses problemas que resgatamos forças para ajudar o próximo.

Dentre todos os super-heróis, por que você teve essa conexão forte com o Batman?

Acredito que todos podem fazer a diferença a partir do momento que conhecem a própria capacidade e acreditam no seu próprio poder. Às vezes, passamos por situações que nos transformam tempos depois e isso nos motiva a realizar ações importantes para outras pessoas. O Batman utilizou da sua mágoa, saudade dos seus pais e raiva para salvar o mundo. Já no meu caso, tenho dislexia, fiquei diante a três cânceres do meu pai, além do incêndio em minha casa, então, transformei a minha história e episódios de dor, em atitudes para salvar outras pessoas.

Em suas idas aos hospitais qual foi o dia que mais marcou sua vida?

Um dia recebi uma ligação de uma mãe me pedindo ajuda. O seu filho, de 4 anos, enfrentava um câncer e estava sofrendo com a depressão. Ele não falava e recusava qualquer tipo de alimento. A mãe ainda me falou que se a criança não continuasse o tratamento, poderia até perder a vaga do hospital, então, eu vesti a roupa do Batman em casa, até porque é muito complicado vestir a armadura no hospital, e fui de moto até o hospital. Sabia que aquele garoto precisava de mim, precisava do Batman.

Eu me lembro que cheguei ao hospital e me deparei com um outro segurança, que não era aquele que já me conhecia. Expliquei toda a situação e ele obviamente não deixava entrar, até que ele falou que precisava tomar uma água e voltava em cinco minutos, então eu entrei e fui encontrar com o garoto.

A mãe desse menino me encontrou no corredor do hospital e me contou que o pequeno estava sentado, olhando para a parede e ficava assim na maior parte do dia, então eu lembrei do meu pai, porque era desse jeito que ele ficava quando teve câncer e estava no estágio de depressão. Então a mãe entrou no quarto e eu ia entrar minutos depois. Foi quando pensei: “O que o Batman faria em uma situação como essa?”

Eu dei um chute na porta e vi o garoto gritar: ‘Mãe, você chamou o Batman!’. Com o barulho, um enfermeiro, com roupa hospitalar verde, entrou na sala em seguida e eu logo gritei: ‘Você está vendo? Até o Lanterna-Verde está aqui para te salvar’, e o enfermeiro me deixou conversar com o menino.

Eu expliquei que seu tratamento não seria fácil, mas ele precisava colaborar com todas essas etapas até na coleta de sangue, já que seu sangue precisava ir para a Liga da Justiça. Outra história emocionante, foi quando uma mãe me ligou também desesperada pedindo pela minha ajuda por conta do seu filho que estava internado. Nesse dia, eu me lembro que eu estava sofrendo com dores da crise renal, mas eu não podia deixar de atendê-lo. Foi quando eu pedi para minha esposa me levar de carro até o hospital.

Imagina, eu já vestido de Batman, com armadura de mais de 20 quilos, sensação térmica de 50 graus e uma dor insuportável. Chegando lá, o garoto falou para mim: ‘Batman, eu sabia que você vinha!’. Ali, eu sabia da importância do meu trabalho

O seu trabalho é muito importante e chama atenção, como as pessoas podem contribuir com esse projeto?

Hoje, o melhor caminho para ajudar no projeto é contratando minhas palestras. Por meio disso, eu consigo fazer ação social nos hospitais onde vou palestrar e ainda, com os recursos, consigo dar suporte ao meu trabalho social.

Mais informações sobre as palestras e contatos, é possível conferir pelo site www.cristianozanetta.com.br

Sabemos que quando “Gotham City” precisava da ajuda do Batman, o sinal era acender um farol com seu símbolo! E no seu caso como os estados e municípios podem solicitar sua ajuda?

Pelos anos de atendimento e contato com hospitais, o meu trabalho acontece pelas indicações dos médicos, enfermeiros e dos próprios pais de pacientes que já viram meu trabalho. Além disso, me procuram muito por meio das redes sociais, então, quando eu não consigo atender presencialmente, faço atendimentos online também com os pacientes.

Além de seu trabalho nos hospitais você também realiza palestras, fale um pouco sobre o formato das palestras.

A experiência em palestras veio, justamente, por conta do trabalho social, em que há uma necessidade e urgência de trazer às pessoas atendidas uma nova forma de pensar, de ver a vida e de agir diante dos tratamentos. Então, as palestras promovem autonomia, liderança e uma ruptura com a forma de pensar habitual, voltadas para empreendedores, vendedores, empresários e outros setores que precisam de resultados a partir da ação da aquela equipe envolvida.

Nossas palestras são personalizadas visando atender cada público, desenhando um briefing antes. Mas em todas elas eu procuro alinhar experiência, conceitos estudados e metodologia exclusiva desenvolvida, para capacitar pessoas por meio de ação, motivação e de um raciocínio operacional que considera o emocional de cada um, evidenciando pontos a fortalecer e o conhecimento sobre si e sobre o entorno.

Qual mensagem você deixa para as pessoas que seguem você, e aquelas que hoje estão internadas ou que acabaram de receber um diagnóstico de câncer?

Cada pessoa é única. Em relação ao seu crescimento, suas dores e a própria idade, diante do tratamento de câncer. Mas, o que eu posso dizer, é que é uma doença que a própria família do paciente trata como se ela já tivesse um destino curto e não sabe o quanto essa pessoa consegue lutar e inspirar outras pessoas ainda em tratamento.

Ser diagnosticado com um câncer, não quer dizer que você tem pouco tempo de vida, apesar do tratamento dolorido e de situações que a força física vai embora. Mas o que precisa prevalecer, e eu sempre falo nos meus atendimentos, é a fé e a força interna. Peço para esses pacientes não desistirem, lutem com toda força pela vida e para inspirar outras pessoas que talvez eles nem conheçam.

Hoje, eu agradeço todas as mensagens que recebo e falo por mim, que até onde eu tiver forças, eu vou lutar e vou cumprir com essa minha missão na terra. Eu sempre lembro de uma frase que é: “Seja o adulto que quando criança você sempre precisou”. Então é fazer com que em momentos que não temos um norte, possamos descobrir uma nova estrada para essa aventura.

Palestrante de Inteligência Emocional, Comportamental, Liderança e Vendas.
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