Ela é de nacionalidade búlgara, se chama Ruja Ignatova, tem cerca de 40 anos e está desaparecida desde 2017, quando as autoridades dos EUA expediram um mandado de prisão contra ela porque acredita que ainda está viva. Atualmente, Ignatova é a única mulher a ter seu nome na famosa lista das 10 pessoas mais procuradas pelo Federal Bureau of Investigation (FBI), ou seja, pela polícia internacional americana.

A acusação que pesa sobre ela é de roubar US$ 4 bilhões (R$ 21 milhões) de vítimas por meio de um golpe de criptomoeda com características, mas disfarçada de pirâmide financeira. Por isso ficou conhecida como a “criptorainha” desaparecida. A recompensa anunciada pelo FBI, em 30 de junho de 2022, é de US$ 100 mil (mais de meio milhão de reais), por qualquer informação que leve à prisão de Ruja Ignatova.

A búlgara é procurada por seu suposto papel em um golpe de criptomoeda conhecido como OneCoin. A acusação das autoridades, que pesa sobre seus ombros, é de usar o esquema para fraudar as vítimas em mais de US$ 4 bilhões (mais de R$ 20 bilhões). Ela também foi indiciada, em 2019, por oito crimes, incluindo fraude eletrônica e fraude de valores mobiliários.

Início do golpe

Em 2014, os criadores da criptomoeda OneCoin começaram a oferecer comissão aos compradores da moeda que conseguissem vendê-la para mais pessoas.

Mas os agentes do FBI dizem que a OneCoin não tinha nenhum valor e nunca usou a tecnologia blockchain, comum na circulação de outras criptomoedas. Ruja teria se aproveitado e colocado em prática seu esquema criminoso, no tempo certo, beneficiando-se da grande especulação ocorrida no mercado, nos primeiros tempos de circulação da criptomoeda.

A polícia acredita que as razões pelas quais é tão difícil rastrear Ruja Ignatova é que ela conseguiu sumir com pelo menos US$ 500 milhões (R$ 2,6 bilhões), circule com documentos de identidade falsos de alta qualidade e mude sempre sua aparência. Ignatova foi vista pela última vez embarcando em um voo da Bulgária para a Grécia em 2017.

Vítima do OneCoin

Uma vítima do OneCoin, a escocesa Jen McAdam, relata que, em 2019 ela e seus amigos e familiares perderam mais de 250 mil euros (R$ 1,3 milhão). Ela conta que tudo começou a partir de uma mensagem de um amigo sobre uma oportunidade de investimento imperdível.

Jen McAdam então clicou em um link e assistiu a uma palestra online da OneCoin. De acordo com a vítima, por uma hora, assistiu e ouviu atentamente as pessoas falando com entusiasmo sobre a nova e atraente criptomoeda, e sobre como isso poderia gerar uma fortuna. No entanto, bastaram apenas alguns meses, para que McAdam percebesse que tudo não passava de uma farsa, mas já era tarde demais.